sábado, 29 de outubro de 2016

BOCAS E BOCAS


A boca que não beijei
Não tenho sabor a recordar
Talvez me livrei de uma cárie,
Nada mais posso falar
Das bocas que me livrei
Desse tenho a alegrar
Pois delas me safei
E não posso reclamar
As bocas que beijei
Se sabores ficaram
Foram das boas, eu sei
Pois das poucas que tive
Soube escolher a dedo
E saudades obtive
Pois vieram(e foram) sem medo
E de todas que se foram
Restou somente a minha
Essa boca teimosa que fala e se assanha
E as vezes se desalinha
Por causa de uma língua solta
Que teima em dizer o que pensa
E produz beijos lancinantes
E se apressa em fazer crenças
Quando atinge em instantes
Aqueles que deles provam.
É o delírio da vida
Que produz farpas, feridas
Mas que é necessário existir
Pois o beijo doce ensina
Que o amor é um elixir
Que acalma a dor e faz o melhor vir
E a boca de que falo
Não é a boca de beijar(lábios)
São as situações da vida
Que nos põem a pensar
Que no estado(capitalista) em que vivemos
Já não dá pra suportar
E uma mundaça urgente
Temos que implantar
Senão a boca grande
Vai nos beijar
Um beijo de morte ardente
Está a se achegar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário