quarta-feira, 21 de setembro de 2016

MERCADO DE TRABALHO EM EMBARALHO

E a demanda está reprimida
Pequena, amiúde e comprimida
Muitos procuram pro trabalho
Buscam quebrar o galho
E garantir a comida

E a oferta carecida
Roga à demanda contida
Pra não demorar a pedir
Pois a oferta se espraia
E não aguenta essa gandaia
Que tanto a faz desinludir

E essa profana ilusão
De querer ganhar o pão
Trocando por pedaços da vida
Que de trabalho vivo morre
Pois dele se socorre
Para garantir comida

E a crise capitalista
Que põe só o labor na lista
Não investe nem arrisca
Pois tem teta pra mamar
e quem banca essa teta?
É o trabalhador que por besta
É feito de marinonete
É esfolado a canivete
Pra estrair dele mais valia
Trabalha noite e dia
È cooptado decerto
Pois nesse mercado aberto
Onde as forças se ajustam por si
Pela tal mão invisível
É economia neoliberal
Que põe o trabalhador na cal
E arranca dele o impossível.

E a distância entre probre e rico
Está cada vez menos visível
E o principal motivo
é porquê não sendo mais possível
Medir tal distanciamento
Nem da terra para o sol
Nem a mais distante nebulosa
Há tanta diferença a medir
A ponto de não se saber
Se tem rico por aqui

 Ediran Teixeira